Fundado um ano após a inauguração da Capital, o Sindicato dos Bancários de Brasília completou 59 anos nesta segunda-feira (23). São quase seis décadas de lutas, que fazem dos bancários, apesar da automação dos serviços, uma das maiores categorias de trabalhadores e trabalhadoras do País. Lutas que se intensificam, a cada ano, com a redução considerável no quadro de pessoal. Isso incluindo bancos privados e públicos. Estes especialmente devido à política de privatizações do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Relatório do Citibank, divulgado em 2016, apontou que os bancos reduzirão em 30%, até 2025, o quantitativo de funcionários. Com cada vez menos atendimentos humanizados, correntistas fazem operações por meio digital. Segundo o levantamento, o número de bancários deve ser reduzido pela metade nos EUA e na Europa. Fenômeno esse que se repete no Brasil.
Em plena pandemia Itaú, Bradesco e Santander demitiram juntos 2.130 funcionários de março a outubro, quebrando acordo firmado com entidades sindicais de não fazer demissões nesse período. Isso diante do lucro de R$ 21,7 bilhões desses bancos, no primeiro semestre de 2020.
Ainda assim, sem pensar duas vezes, os bancos não vacilam em colocar bancários entre os milhões de brasileiros sem trabalho durante a pandemia. Além de 14 milhões de desempregados verificados pelo IBGE no final de setembro, a população sem trabalho é muito superior a 73.390 milhões. São pessoas que não estavam trabalhando nem procurando serviço. Em maio, eram 76.176 milhões.
“Nesse quase sexagenário aniversário, queremos comemorar os valorosos préstimos que a entidade proporciona, e tão importante quanto, reafirmar o compromisso histórico com a pauta dos direitos da classe trabalhadora, da defesa das instituições públicas e – nessa quadra em que a barbárie se apresenta absurdamente e sem qualquer modéstia, defender a vida enquanto valor supremo e inalienável. E isso significa lutar por justiça, inclusão e contra toda e qualquer forma de discriminação, intolerância e injustiça”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários, Kleytton Morais.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), primeira mulher que presidiu o Sindicato dos Bancários no DF de 1992 a 1998, avalia o potencial da categoria. “Foram tantas lutas para enfrentar o segmento que mais lucra nesse país. Um segmento que, diante de qualquer conjuntura econômica, lucra e lucra a partir do esforço, da competência e da capacidade desta categoria que na mesa de negociação, não é respeitada”.