Paulo Guedes afirmou em 2020 que a aprovação da Lei do Gás faria o preço do produto cair 50%. Bom economista, acertou no percentual, mas errou o sinal: a Petrobras acaba de acertar um aumento de 50% no gás natural para os contratos de longo prazo (queria 100%, o que pode indicar uma interferência na decisão). O preço do gás encanado para o consumidor no Rio de Janeiro, residencial, comercial e industrial, deve subir, em média, 41% a partir de janeiro de 2022.
“A justificativa para retirar o monopólio da Petrobras foi estabelecer a competitividade em um setor que é, em todo mundo, monopolista ou oligopolista”, ensina o administrador aposentado Pedro Augusto Pinho sobre o que acontece na área de petróleo e energia no Brasil. “Foram vendidos ativos da Petrobras em todos os segmentos: campos produtores, refinarias, dutos para movimentação de óleo, gás e derivados, áreas e instalações para tancagens, terminais marítimos e a distribuidora e postos de venda a varejo. Melhorou a qualidade do produto? O preço dos derivados? Em absoluto”, afirmou em entrevista ao programa Faixa Livre, da Rádio Bandeirantes AM, nesta quarta-feira.
“Não por falta de recursos naturais, não por indisponibilidade de recursos financeiros, não por ausência de tecnologia e de mão de obra preparada. O doente energia assim se encontra por decisão política”, afirma Pinho. “No que consiste então esta decisão política? Na submissão do interesse nacional, na solução das demandas brasileiras aos ganhos astronômicos do sistema financeiro internacional, na sujeição da política brasileira ao decálogo do Consenso de Washington. E para isso tem o apoio de toda mídia comercial, hegemônica, que penetra principalmente pelos canais de televisão em todos os lares, impedindo a justa revolta popular. E elegendo estes governos e aplicando golpe, como o de 2016”, denuncia o especialista.
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