Para a FUP, trata-se de um acordo histórico para o movimento sindical brasileiro. Retomada da Fafen-PR também marca o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes nitrogenados
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) formalizou nesta quarta-feira (12) a homologação do acordo coletivo de trabalho que visa à recontratação pela Petrobras de trabalhadores a partir da retomada da fábrica de fertilizantes nitrogenados Ansa, no Paraná (PR), paralisada desde 2020.
A hibernação da fábrica do Paraná (Fafen-PR), no governo Bolsonaro, levou à demissão em massa de pessoal, sendo cerca de 400 trabalhadores próprios da Ansa, que é 100% da Petrobras.
Assim, com o acordo, a estimativa é do retorno de cerca 240 pessoas aos postos de trabalho, até o próximo dia 5 de julho. Além disso, a reativação da unidade deve criar mais de 5 mil empregos indiretos na região, aquecendo a economia local.
A medida motivou Ação Civil Pública, ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A vice-presidência de um dos Centros Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Cejusc), do TSE, mediou as sessões. Assim, o MPT, a Petrobras, a Ansa, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindiquímica Paraná fecharam a conciliação.
“Trata-se de um acordo histórico para o movimento sindical brasileiro, porque estamos falando de uma reparação para trabalhadores que foram demitidos após a greve de 2020 com a hibernação da fábrica do Paraná. Além de garantir a readmissão de empregados que sofreram quatro anos com esse processo, estamos assegurando a retomada de direitos da categoria petroleira e petroquímica”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Retomada
Bacelar lembrou que o acordo representa também o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes nitrogenados no Brasil. Importante produtor de alimentos, o país importa mais de 90% desses insumos, o que coloca em risco a segurança alimentar.
A formalização do acordo, homologado na última sexta-feira (7), ocorreu após a Petrobras aprovar no início do mês o reinício das operações da Ansa. A previsão é que a fábrica de fertilizantes volte a funcionar no segundo semestre de 2025.
O dirigente da FUP disse que em breve a estatal deve publicar o edital de licitação para as obras na fábrica, parada há quatro anos. “Será feita uma grande manutenção, com a contratação também de muitos trabalhadores para essa empreitada. Com a reabertura da unidade, deverão ser recontratados ainda mais trabalhadores”, prevê ele.