A onda de calor vivida no Rio Grande do Sul com temperaturas acima de 30 graus em pleno inverno, deixam o estado mais suscetível a onda de gafanhotos novamente. A preocupação também atinge o país vizinho. Associação Nacional das Empresas Privadas Aeroagrícoloas (ANEPA) do Uruguai, monitora a nuvem de insetos que também se aproxima do país. Por lá, nove municípios estão em alerta há um mês em função do fenômeno. Nestor Santos, secretário da ANEPA explica que a estratégia será agir com uso de agrotóxicos quando os gafanhotos estiverem em terra. Os insetos não oferecem riscos aos humanos, não são venenosos e nem transmitem doenças mas ameaçam a agricultura.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declarou estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União no dia 26 de junho. A medida com duração de um ano permite temporariamente a contratação de pessoal, além de autorizar a importação de agrotóxicos para conter a praga. Também afrouxa o uso de produtos já autorizados para novas culturas. Ou seja, pode permitir o uso de agrotóxicos que não estariam autorizados.
Os inseticidas Cipermetrina, Fipronil e Tiametoxan são bastante usados no combate a nuvem de gafanhotos, como explica o engenheiro-agrônomo Leonardo Melgarejo, vice-presidente da regional sul da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA). E que poderia ser fatal para abelhas. A preocupação também está presente entre apicultores do Pampa. O entomologista Maurício Pazini diz que se os inseticidas forem aplicados corretamente, as abelhas não serão mortas.