Com apoio financeiro da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), pesquisadores da USP vão buscar soluções para desafios da indústria farmacêutica
A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que deveria atuar apenas no setor público por se tratar de área estratégica para o desenvolvimento científico do País, está oferecendo apoio financeiro para projetos inovadores na área de fármacos ou biofármacos em conjunto com a iniciativa privada. São R$ 20 milhões não reembolsáveis e disponíveis em quatro novas unidades da instituição, duas delas na USP: a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e o Centro de Inovação em Fármacos (Ceinfar), formado por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF).
As empresas farmacêuticas apresentarão os seus principais desafios tecnológicos e terão acesso à infraestrutura dos centros de pesquisa e suporte técnico dos pesquisadores. Os projetos podem envolver a criação de medicamentos, a partir de novas moléculas e princípios ativos; proteínas terapêuticas; kits diagnósticos; ensaios clínicos e pré-clínicos; produção de hemoderivados, entre outros.
“Podemos unir o conhecimento empresarial acumulado na indústria farmacêutica com a expertise e competência dos pesquisadores das unidades Embrapii e, assim, contribuir com o aumento da disponibilidade de insumos nacionais e da produção de novos fármacos e biofármacos desenvolvidos no País”, destaca o diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães.
Para o professor Rui Alberto Ferriani, diretor da FMRP, trata-se de uma grande oportunidade de mostrar a competência científica dos pesquisadores da USP. “Podemos contribuir para a ampliação do desenvolvimento de novos fármacos que possam melhorar a qualidade de vida da população”, disse nas redes sociais da Faculdade.
O professor e diretor geral da nova Unidade Embrapii na FMRP, Fernando de Queiroz Cunha, citou os benefícios da iniciativa para a saúde pública. “Os impactos esperados do credenciamento ocorrem em maior âmbito na produção de medicamentos e testes diagnósticos que poderão atender a população em geral, mas certamente, com mais ênfase, ao Sistema Único de Saúde (SUS), gerando um impacto na economia e saúde do país”.
No Ceinfar, coordenado pelo professor e pesquisador Humberto Ferraz, da FCF, a proposta de trabalho do centro sediado no campus da capital envolve grandes empresas farmacêuticas, nacionais e estrangeiras, assim como startups que atuam na área de desenvolvimento de fármacos e formulações farmacêuticas.
“Os recursos da Embrapii irão permitir que parcerias com empresas possam ser ampliadas, já que o custo de um projeto contratado por uma empresa será reduzido a um terço. A Embrapii entra com um terço em recursos, sobretudo para contratação de pessoal e serviços, a USP com outro terço, na forma de infraestrutura e recursos humanos, e a empresa contratante entra com o outro terço a serem investidos na Universidade para a execução do projeto”, explica Luís Carlos Ferreira, pesquisador do ICB e vice-coordenador do centro.
Projetos de inovação
O credenciamento das novas unidades da Embrapii deve gerar cerca R$ 60 milhões em projetos de inovação, já que, ao financiar um terço do valor dos projetos com recursos não reembolsáveis, a instituição exige contrapartida financeira da iniciativa privada e aportes das instituições de pesquisa envolvidas nos projetos.
Criada em 2013, a Embrapii faz a gestão de recursos públicos vindos dos ministérios da Saúde, Educação e Ciência e Tecnologia para o financiamento à pesquisa e inovação mediante contrapartida.
As outras duas unidades que receberão apoio financeiro da Embrapii são a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (ID’Or). Os recursos dessa chamada são oriundos do Ministério da Saúde.
Com informações da Embrapii e da FMRP
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