A vacina provisória contra o coronavírus desenvolvida nos Estados Unidos pela empresa de biotecnologia Moderna conseguiu com êxito gerar anticorpos em 45 pessoas que participaram do teste, e todas elas apresentaram poucos efeitos colaterais. O estudo foi publicado nesta semana pela revista The New England Journal of Medicine. O principal porta voz para questões epidemiológicas nos EUA, Anthony Fauci, qualificou a publicação como “ótima notícia” e que os resultados são promissores. A Moderna pode entrar agora na fase final de testes para a vacina.
“Os anticorpos neutralizantes são o mais importante para a proteção contra uma infecção viral”, disse Fauci. “E os dados do estudo, embora os números sejam pequenos, deixam muito claro que esta vacina é capaz de induzir ótimos níveis de anticorpos neutralizantes”, diz.
“Os resultados são muito promissores. Vamos rapidamente para as fases 2 e 3. Estamos trabalhando muito para ter uma vacina até o final deste ano nos EUA, e espero que no primeiro semestre de 2021 em outros países. Estamos muito motivados e orgulhosos de, humildemente, continuar tendo a oportunidade de ser a primeira vacina contra a covid-19”, disse em maio ao jornal El País o farmacêutico espanhol Juan Andrés, diretor técnico do laboratório Moderna.
O Governo dos Estados Unidos financiou a investigação com quase 500 milhões de dólares e escolheu a empresa entre as primeiras para fazerem testes em humanos em grande escala. O estudo deve durar até outubro de 2022, mas a companhia estima que terá resultados antes dessa data e estima que 500 milhões de doses sejam distribuídas por ano.
Já aqui no Brasil, as pesquisas não ficam para trás. Na próxima semana, a Anvisa autorizou o início das testagens das vacinas contra o vírus elaboradas pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
O país entrou no radar de empresas internacionais como celeiro de voluntários para os testes, que precisam de um local onde a circulação do vírus ainda seja alta.
Além de participar da iniciativa chinesa, o Brasil também firmou acordo com a Universidade de Oxford para a realização da última etapa da vacina desenvolvida pela universidade britânica, que começou a ser testada em voluntários, no dia 15 de julho.
Wyl Villas Bôas é jornalista e sempre otimista por dias melhores