Apesar dos inúmeros apelos feitos por especialistas em educação, o governo Bolsonaro optou pela manutenção do Enem no último domingo. Resultado: além do índice de abstenção recorde (mais de 50% no primeiro dia), vidas de professores e estudantes foram colocadas em risco.
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou nesta segunda-feira 18 de janeiro requerimento de informações ao ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele exige explicações sobre as razões de o governo ignorar os inúmeros problemas relacionados ao Enem neste início de ano – coincidindo com um dos piores, se não o pior, período da pandemia de covid.
O próprio Rogério Correia havia enviado ofício, na semana passada, ao Ministério da Educação, solicitando o adiamento do Enem. “Cabe lembrar também que persistir na data atualmente fixada levará ao acréscimo da mortalidade pela covid e ao aumento das desigualdades que penalizam os mais pobres, que têm menos condições de transporte individual e de acesso a equipamentos de saúde”, disse o deputado federal mineiro.
O requerimento de informação agora protocolado por Rogério Correia solicita esclarecimentos, entre outros pontos, sobre a lista completa das escolas, faculdades e demais locais de aplicação das provas; a quantidade de salas onde ocorreram os exames; a quantidade de janelas ou entradas de ventilação nesses locais; a quantidade de participantes considerados do grupo de risco para a covid.
“As consequências da realização do Enem neste momento difícil poderão ser desastrosas para a saúde pública, e serão de responsabilidade do governo federal”, diz o parlamentar. “Cabe ao menos buscar, com base nas informações que solicito, proteger ao máximo a vida daqueles que foram obrigados, pela irresponsabilidade do governo, a prestar o exame.”