Biden envia ao Congresso dos EUA plano de infraestrutura de US$ 2 trilhões e grande aumento de impostos corporativos. Essa proposta do presidente da maior economia capitalista, salvo melhor juízo, merece a nossa reflexão e aponta para a possibilidade de fazer o benchmarking do bem para o atual momento crítico em nosso país.
A grande notícia do dia: Biden envia ao Congresso dos EUA plano de infraestrutura de US$ 2 trilhões e grande aumento de impostos corporativos. Essa proposta do presidente da maior economia capitalista, salvo melhor juízo, merece a nossa reflexão e aponta para a possibilidade de fazer o benchmarking do bem para o atual momento crítico em nosso país.
Ninguém duvida que investimentos em infraestrutura, especialmente os relativas à logística e saneamento, dão respostas imediatas ao problema do desemprego, da perda de renda e do desânimo para enfrentar essa dura situação.
Sabemos que milhões de postos de trabalho podem ser criados nos curto e médio prazos, gerando um fator psicossocial fundamental para a recuperação do país, bem como a superação financeira e emocional do povo brasileiro.
Apesar do aparente consenso, fazer algo parecido, no Brasil, costuma esbarrar na varinha de condão do mago de plantão no ministério da economia, o tal “teto de gastos”. Varinha essa que é sempre brandida quando se fala em investimento público para geração de trabalho e renda.
Como Biden resolve isso e aponta como solução para nós? Seu projeto propõe a taxação dos ricos. É isso mesmo! O projeto mostra uma aposta elevada da Casa Branca de que uma injeção duradoura de verbas do governo pode ser financiada por impostos mais altos para as empresas.
Segundo matéria da Folha, o plano reserva até US$ 621 bilhões em verbas para reformas de infraestrutura tradicional, como estradas, pontes, redes de transporte público, veículos elétricos e polos vitais como portos e aeroportos, além de outros investimentos. Diz a matéria que Biden quer elevar os impostos de empresas de 21% para 28% e obter receitas adicionais por meio de um imposto mínimo global de 21%, calculado em base país por país, “para que atinja os lucros em paraísos fiscais”.
Ainda segundo a Folha, o presidente também quer eliminar a isenção de impostos para empresas nos primeiros 10% de ganhos produzidos internacionalmente e abolir as preferências fiscais para produtores de combustíveis fósseis.
Apesar do alto preço do pacote de infraestrutura de Biden, a Casa Branca deverá completar seu plano de investimentos, nas próximas semanas, com um conjunto adicional de medidas de gastos para “cuidados de crianças, saúde [e] educação” que provavelmente passará de US$ 1 trilhão, elevando o total a mais de US$ 3 trilhões.
Depois desse primeiro pacote, o seguinte deverá ser acompanhado de aumentos de impostos para indivíduos ricos, inclusive sobre a renda, ganhos de capital e propriedades.
O caminho está dado. Com a palavra o governo federal e o Congresso Nacional para fazerem, por aqui, algo semelhante.
(*) José Augusto Valente é Diretor-Presidente da Valente Consultoria e Projetos de Engenharia Ltda. Foi Presidente do DER-RJ e Secretário de Política Nacional de Transportes/MT