O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira (29) a retirada de suas missões diplomáticas de sete países latino-americanos e exigiu que seus governos removam seu pessoal de Caracas, acusando-os de interferência nas eleições presidenciais do último fim de semana.
O Ministério das Relações Exteriores venezuelano informou que o país vai mandar de volta todo o pessoal diplomático das missões na Argentina, na Costa Rica, no Chile, no Peru, no Panamá, na República Dominicana e no Uruguai.
O anúncio é feito horas depois de o presidente Nicolás Maduro ter a reeleição confirmada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) para o período 2025–2031. Os países citados contestaram o resultado das eleições no país.
Segundo comunicado do ministério, o posicionamento dessas nações ataca a soberania nacional:
“A Venezuela condena veementemente as ações e declarações intervencionistas de um grupo de governos de direita subservientes a Washington, que tentam reviver o fracassado Grupo de Lima e procuram não reconhecer os resultados das eleições de 28 de julho de 2024.”
As eleições venezuelanas ocorreram ontem (28). Com mais de 51% dos votos, Maduro venceu a terceira eleição seguida na Venezuela, em um dos pleitos com maior número de candidatos dos últimos anos. O adversário Edmundo González ficou em segundo lugar, com 44,2%.
González já declarou que não reconhece o resultado divulgado pelo CNE. Maduro chegou a denunciar uma tentativa de golpe de Estado no país pelo grupo político, que chegou a afirmar ter conquistado mais de 70% dos votos, sem apresentar provas.
Posicionamento da OEA
“O Conselho Permanente da OEA realizará uma reunião extraordinária na quarta-feira, 31 de julho, às 15h00 EDT (19h GMT), na sala Simón Bolívar, na sede da OEA em Washington, DF, para abordar os resultados da processo eleitoral na Venezuela”, afirmou a organização em comunicado.